A opção por correr descalço

O correr descalço é encontrado em várias culturas e povos, como os africanos, que já fazem isto desde a mais tenra idade. Os povos primitivos, que não tinham outra opção de calçado, tinham a musculatura trabalhada para aguentar todo o impacto, irregularidades do solo, diferentes texturas.

Os corredores descalços, aqueles que não querem utilizar o calçado para a corrida,  idealizaram um calçado minimalista, ou seja, que oferecesse a mesma sensação de correr descalço, com total liberdade para os pés. Para se enquadrar nesse conceito, o calçado precisa seguir algumas características, como  "drop zero" (não pode haver diferença entre a altura do calcanhar e a frente dos pés); ser totalmente dobrável, ter forma larga, principalmente na região dos dedos; nenhum ou pouco amortecimento;  nenhum suporte; ser bem leve.

Só que esses usuários de calçados minimalistas devem ter cuidado: é preciso preparar o corpo para não causar fascite plantar ou túnel do tarso, além de inflamações da planta do pé e outras lesões. Se a corrida com tênis especial, com amortecedores e com toda a proteção necessária, já requer cuidados, imaginem com o tênis minimalista sem proteção alguma. As musculaturas dos pés, pernas, glúteos, abdômen e pára-vertebrais precisam ser fortes e flexíveis. A propriocepção tem que ser muito trabalhada visando promover reações de equilíbrio para evitar quedas, torções, luxações, tendinites.

A corrida natural deve ser experimentada pelos corredores "de carteirinha", ou seja, aqueles que já correm há muito tempo.  É importante variar os estímulos, as atividades físicas e mentais, não ser repetitivo, ou seja, não realizar sempre os mesmo exercícios, as mesmas atividades. A rotina não é boa nem para o corpo e nem para a mente. Sejamos criativos, abertos a novas experiências, mas com cautela.

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