A hipertermia e hipotermia na maratona



Resultado de imagem para corrida

Quando a corrida se inicia o organismo está em constantes alterações bioquímicas, nos primeiros km's, na segunda metade da corrida onde a capacidade mental é um factor determinante, nos km's mais difíceis onde há uma voz a insistir que é melhor parar e no último km em que voltamos a acordar. E claro, na chegada!

Hipertermia

O tempo quente traz consigo importantes considerações a reter. Durante o exercício vigoroso quase 3/4 da energia produzida pelos músculos é libertada sob a forma de calor. Se este calor não fosse libertado ocorreriam sérios danos musculares e muito provavelmente desidratação (o mito de correr com várias peças de roupa para emagrecer é muito grave).

Através da libertação de calor e transpiração o corpo mantém a temperatura estável, assim como tem um papel regulador a intensidade a que corremos. Quanto mais forte o ritmo maior será a temperatura corporal. É por isso que em dias muito quentes não conseguimos obter as mesmas performances de dias frescos e/ou amenos.

Na primeira parte da corrida a temperatura corporal sobe, mantendo-se depois estável com ligeiras alterações, até ao final da mesma. Caso o corredor continuasse a acelerar o cérebro iria ordenar uma série de respostas, sensações de fadiga e desconforto, que forçam a desacelerar e a reduzir a temperatura, caso a situação começasse a ficar descontrolada – daí por vezes haver paragens forçadas/quase desmaios/desmaios, principalmente em competições mais longas do que a Maratona até. Já se assistiu a atletas a desmaiarem, repousarem e refrescarem-se uns minutos e depois continuarem – não é clinicamente aconselhado como devem calcular, mas a vontade é mais forte.
Os mecanismos automáticos do nosso organismo podem ser falíveis. O próprio cérebro aquece e a sua capacidade de funcionar em perfeitas condições fica afetada. Nesses momentos sucedem-se esses episódios de tontura, desorientação, descoordenação e até desmaios.

Hipotermia

À primeira vista podemos pensar que ninguém sente frio ao correr uma Maratona. Mas se estás a pensar correr uma Maratona numa cidade fria ou numa data de Inverno há sempre a possibilidade de estar bastante frio.

Entre 1982 e 1987 a Maratona de Glasgow foi corrida com temperaturas desde os 4º (Ridley et al., 1990). Em 1983, na Maratona de Boston, 11,5% dos corredores necessitaram de assistência médica, sendo a Hipotermia o principal diagnóstico médico (Jones et al., 1985).

É do senso comum que os fatores que despoletam a Hipotermia são o tempo frio, ventoso e chuvoso. Para além destes há ainda outros que devem ser considerados: se a segunda metade da prova for mais lenta do que a primeira podemos não conseguir continuar a gerar a mesma quantidade de calor.

A transpiração pode deixar o equipamento molhado o que acelera a perda de calor corporal. E após a corrida, caso descuidemos a nossa proteção com roupa seca, casaco, calças, etc., podemos entrar em Hipotermia, dada a descida de temperatura derivada da paragem do exercício físico.

Em casos em que prevemos condições de tempo adversas devemos vestir-nos em camadas com roupa impermeável – mas transpirável sempre, e se possível num ponto da prova retirar alguma roupa junto de um familiar ou conhecido, se necessário. No final ter roupa seca e quente para trocar de imediato.
Embora não tão popular como a Hipertermia, a Hipotermia pode ocorrer ainda mais em competições com tempo adverso e com a proliferação de corridas longas e de montanha -Trail Runnig. Para além dos habituais dedos e narizes frios, a baixa de temperatura corporal leva a irregularidades no ritmo cardíaco e os mesmos sintomas de desorientação e perda de discernimento, pelo que deve ser vista da mesma forma séria como abordamos a Hipertermia.
Fonte


Grátis: Clique e receba 2 E-books - kit Avaliação Física + Agilidade e propriocepção

Curso Biomecânica da Corrida

Como Prescrever o HIIT para Corrida baseado na vO2 máxim


Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.